domingo, 30 de maio de 2010

Professor Pedro Zarco Gutiérrez. In Memoriam

Professor Pedro Zarco Gutiérrez. In Memoriam
… con toda la mar detras…

Sol menino que desperta
Tela nua, núcleo alado;
O herói da bela gesta,
Apocalipse bem nado.

Esboça, molda, retoca;
Harmonia, elixir, alquimia;
Fala, Picasso ou Lorca,
É elogio à magia.

Satélite da esp’rança
Para órbita da vida,
Timoneiro que não cansa
Pela noite ofendida.

Irrompe já, atrevido,
Alegro bem ritmado;
Então mística ao vivo,
Concreto sonho sonhado.

Latido bem temperado,
Suspenso mundo de fadas,
O velame enfunado,
Indiferente às vagas.

Indif’rente à roupagem,
Cristalino ser ou não ser;
Presa da sorte selvagem,
Qual bemequer-malmequer.

Estóica acrobacia
De amores imolados;
Amordaçada melodia
De poemas enlevados.

Corre, tropeça, regressa,
Bolina, corre no vento.
Sonha, cria, sente pressa,
Louco em pegar o tempo.

Mão surrealista do quotidiano stress,
De grandezas póstumas, efémeras glórias.
Melodia patética, fronteira agreste,
Balão de realidades fantasmagóricas.
Ex-líbris de paixões arrebatadas,
O habeas Corpus almejado.
Corso, vendilhão de malfadadas.
Ostracismo involuntário.
Ribalta sem luz em espectáculo logrado,
O implacável talião de pena e perdão.
Honorável tribuna de Deus e do Diabo,
Um Yoga Quixotado, un Asceta D. Juan.

Cibernética pautada,
Dialéctica consequente.
Estratégia gorada,
De táctica int’ligente.

Gavião de pena caída.
A síntese sublimada.
A reflexão profecia,
Em aragem remoçada.

Círculo espiralado
De antologia fugaz.
A indelével ousado,
Requiem sentenciado,
Numa lógica voraz.